Dez anos do 13 de novembro. Macron promete resposta "intransigente" face ao terrorismo

Dez anos após os atentados do 13 de novembro, que causaram 132 mortos, o presidente francês declarou que o que "aconteceu é certamente irreparável" mas face ao terrorismo "a França resistiu". Macron alerta para um terrorismo que "renasce sob outra forma" e promete uma resposta "intransigente".

Rachel Mestre Mesquita - RTP /
Ludovic Marin - Reuters

Várias cerimónias de homenagem às vítimas tiveram lugar esta quinta-feira em Paris e Saint-Denis, cidades afetadas pelos atentados de 2015. Durante a cerimónia no Jardin du Souvenir, em Paris, Emmanuel Macron tomou a palavra "dez anos após os atentados mais mortíferos que a França conheceu". 

Os ataques terroristas de 2015, reivindicados pelo Estado Islâmico (EI), foram cometidos por nove homens armados e bombistas suicidas e causaram mais de 130 mortos e mais de 350 feridos, na sala de espetáculos Bataclan, no Stade de France em Saint-Dennis e em vários cafés de Paris.

O presidente de França descreveu o que aconteceu como "irreparável" e como "sem sentido, injusta, insuportável" a dor das vítimas do 13 de novembro.

"Não há sentido, não há justificação para a vossa dor, e nunca haverá. Não podemos dar sentido ao 13 de novembro, mas podemos dar sentido ao 14 de novembro", declarou. 
"Paris resistiu, a França resistiu, a República resisitiu"
"Os terroristas encontraram pessoas muito mais corajosas do que eles. Paris resistiu, a França resistiu, a República resistiu", afirmou Macron."Quando os terroristas querem atacar a democracia e a liberdade", são a França e Paris que são os alvos, salientou.

O presidente francês prestou homenagem às forças da ordem que intervieram na noite de 13 de novembro e anunciou que irá condecorar com a Legião de Honra os membros da Brigada de Investigação e Intervenção (BRI) que neutralizaram dois terroristas do Bataclan. 

"Estes polícias que intervieram nas colunas Alpha e Bravo para neutralizar os terroristas serão condecorados com a Legião de Honra, em testemunho do reconhecimento especial da Nação". 
"Um terrorismo pode renascer"
Macron alertou que o terrorismo "está a ressurgir, sob outra forma, interna, insidiosa, menos detetável, menos previsível" e prometeu uma resposta "intransigente" da França. 

"Infelizmente, ninguém pode garantir que os atentados acabem, mas podemos garantir que, para aqueles que pegarem em armas contra a França, a resposta será intransigente", salientou. 

O presidente francês garantiu que "tudo será feito para impedir novos ataques", indicando que "85 atentados foram frustrados em dez anos, incluindo seis este ano". 

Durante a cerimónia, foram proferidos os nomes das 132 vítimas, observado um minuto de silêncio e revelada uma placa comemorativa em homenagem às vítimas. 

c/agências



PUB